Micsul 2016 supera expectativas de empreendedores brasileiros

25 out 2016

“O principal gargalo para dar um primeiro passo na internacionalização é o custo de logística. Com o patrocínio do MinC e da Apex, foi possível gerar negócios para dar continuidade ao processo de exportação”, Luiza Bittencourt, da Ponte Plural (RJ)
A 2ª edição do Mercado de Indústrias Culturais do Sul (Micsul), realizada de 17 a 20 de outubro em Bogotá, na Colômbia, superou as expectativas dos 60 empreendedores brasileiros presentes ao evento. A participação foi rica em novos contatos e possibilidade de negócios, tanto com empresas estrangeiras como do próprio Brasil. O apoio do Ministério da Cultura (MinC) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), responsáveis pela seleção, via edital, da delegação brasileira, foi considerada essencial para o sucesso do evento.
“Participar do Micsul foi uma excelente oportunidade para fazer negócios e conexões com agentes culturais de outros países. Saímos do Micsul com uma rede internacional formada por participantes de Brasil, Argentina, Chile e Uruguai para desenvolvermos ações conjuntas na área de formação e gestão para artistas, produtores e gestores de equipamentos culturais”, conta Luiza Bittencourt, da Ponte Plural, do Rio de Janeiro (RJ). “O principal gargalo para dar um primeiro passo na internacionalização é o custo de logística. Com o patrocínio do MinC e da Apex cobrindo essa parte, foi possível gerar negócios para dar continuidade ao processo de exportação”, completa.
Kátia Baroni, do Coletivo de Contadores de Histórias de Itapetininga (SP), considerou “extremamente positiva” a participação no Micsul 2016. “Mal o evento acabou e já fui convidada para participar de um sarau aqui em Bogotá, recitando minhas poesias e cantando minhas músicas. Também firmamos parcerias com as editoras Boitempo e Pipoca (ambas integrantes da delegação brasileira ao evento) e com os festivais do livro de Caracas e de Quito, que nos convidaram para participar”, conta. “Esses editais, como o de seleção para o Micsul, são de extrema importância. Se não fosse por ele provavelmente não participaria do evento por falta de recursos”, destaca.

Concretização de Parcerias

“Certamente, o cordel e o repente ficariam fora desse mercado da América Latina, se não fosse o edital”, Telma Queiroz (Foto: Divulgação Apex)

Representante do Cordel na Pauliceia e dos Repentistas Amigos de São Paulo, Telma Queiroz é outra empreendedora que sai do Micsul com várias possibilidades em mente. Uma delas é uma parceria com a empresa WG Produtos (também selecionada para o Micsul) para a edição de cordéis em Braille. “Já estamos em processo de pós-produção de nosso primeiro cordel nesta linguagem, com ilustrações e tudo mais”, afirma. “Também estamos conversando com a editora Pipoca para lançarmos um cordel interativo em versão digital”, informa Telma. “O apoio do MinC e da Apex foram muito importantes para isso. Certamente o cordel e o repente ficariam fora desse mercado da América Latina se não fosse o edital”, destaca.

Valéria Pergentino, da Solisluna Editora, de Salvador (BA), participou de 15 reuniões em Bogotá, das quais seis com possibilidades reais de fechamento de negócios e concretização de parcerias. “Houve uma receptividade grande em relação aos nossos livros, entre eles uma coleção sobre os deuses africanos”, conta. “Participar de um evento como o Micsul, tão bem organizado, com editoras de tantos países juntas, é de extrema importância. Agradeço ao MinC e à Apex-Brasil por essa iniciativa. A cultura realmente necessita desses subsídios, que são fundamentais para continuarmos promovendo nossa cultura mundo afora. Estamos muito otimistas para a próxima edição do evento (que será realizada no Brasil, em 2018)”, afirma.
“A seleção de empreendedores feita pelo MinC e pela Apex foi muito boa e o apoio que recebemos foi fundamental para nossa participação”, Marina Pecoraro, coordenadora do BIG Festival (Foto: Divulgação Apex)

Presente pela primeira vez em um evento internacional de mercado, Kátia Castilho, da Estação das Letras e Cores, de São Paulo, destaca que a participação no Micsul foi importante para conhecer a realidade do mercado editorial de outros países sul-americanos. “Foi possível ver como as editoras estão construindo, articulando e trabalhando em seus respectivos mercados”, ressalta. “Espero que, no Micsul de 2018, possamos estar presentes”, completa.

Coordenadora do maior festival de games independentes da América Latina, o BIG Festival, Marina Pecoraro também comemora os contatos realizados durante o Micsul 2016. “Consegui apresentar o BIG a mais de 30 estúdios da América Latina. Muitos não conheciam e outros achavam que era só do Brasil. Foi muito importante poder mostrar o que é o festival, o tamanho do evento, quem são as pessoas que participam, o caráter de um festival focado no mercado”, afirma. “A seleção de empreendedores feita pelo MinC e pela Apex foi muito boa e o apoio que recebemos foi fundamental para nossa participação”, destaca.
Para Wanda Gomes, da WG Produto, de São Paulo (SP), o Micsul foi importante para reforçar a relevância das publicações voltadas aos deficientes visuais. “Somos uma editora independente, ainda iniciante no mercado e com um produto ainda estranho para as editoras, que não consideram os deficientes visuais como um público real. Acho que temos grandes perspectivas pela frente, sobretudo com a entrada em vigor do Tratado de Marraqueche“, avalia Wanda.
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura