Literatura de cordel combate drogas e preconceito nas escolas da Paraíba

18 ago 2014

A métrica e a rima da literatura de cordel como instrumentos de aprendizado e de combate às drogas e ao preconceito. Com esta ideia, o projeto voluntário ‘Cordel na Escola’ tenta introduzir a cultura popular no ensino da Paraíba. Mais de 40 escolas já foram visitadas em todo o estado, com um público-alvo dos 10 aos 18 anos de idade.

A iniciativa em favor da educação, conta com distribuição e incentivo à leitura e declamação dos folhetos em escolas públicas e privadas. Para muitas crianças e jovens, o momento representa o primeiro contato com esta cultura popular.

O poeta Izael Lima idealizou o projeto há mais de 10 anos. A atual ação educativa levanta questões como o combate ao uso de drogas, ao bullying e preconceitos, como a homofobia e o racismo. Pelo menos 12 voluntários apoiam o Cordel na Escola.  A confecção dos cordéis é feita através de incentivos culturais de comerciantes locais.

“O foco é na cultura em geral e na questão social. O cordel é um meio de comunicação importante que incentiva a leitura e literatura. A gente vai onde é convidado, seja escola pública ou privada, trabalhando temas como crack, tabagismo e alcoolismo, o preconceito em geral e o bullying. É um trabalho contínuo e difícil de divulgar. Nossa intenção é plantar a semente para eles regarem”, detalhou o poeta.

Com a continuidade do trabalho pedagógico voltado para o ensino da literatura de cordel em alguma instituição, o projeto acaba descobrindo talentos, formando novos voluntários e desenvolvendo nos estudantes o prazer da leitura e da produção poética.

“Existem alunos que assistem a palestra e entram no projeto conosco. Tem escola com continuidade mais evolutiva, com acompanhamento específico, temos mais oportunidade de passar detalhes da métrica, rima e compasso, para eles darem os primeiros passos e possam proliferar a arte. Talento é da natureza, a gente começa a lapidar e eles vão se revelando aos poucos. Nossa intenção é resgatar essas crianças sem incentivo, porque é muito difícil fazer cultura nesse país, principalmente a linguagem cordelista”, afirma.

O Cordel na Escola tem atuação durante todo o ano letivo, levando informação e cultura através das palestras e distribuição de folhetos nas escolas. Os cordéis educativos abordam atualmente os temas “Crack, a droga da morte”, “Bullying”, “Alcoolismo”, “DST” e “Tabagismo é coisa séria”.

(G1.Globo.com)